sábado, 12 de outubro de 2013

Inovação Visual

Inovação Visual

Buscando incentivar a produção das artes visuais em Fortaleza o Laboratório de Arte Contemporânea do BNB promove, hoje, aula aberta ao público
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Encerando a chuva (foto) e Kombunda são obras do grupo brasiliense Corpos Informáticos, que estará hoje no CCBNB0)

Um misto de linguagens artísticas que inclui performance, fotografia, pintura, cinema e mais, muito mais. Todas essas expressões cabem no projeto de formação em arte do Laboratório de Arte Contemporânea do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), que envolve 15 jovens artistas visuais cearenses.

Visando incentivar a pesquisa e a criação em Artes Visuais na Capital, a segunda edição do projeto promove aula aberta hoje, às 18 horas, no Centro. Para ministrar o momento, as convidadas são Bia Medeiros e Maria Eugênia, artistas do grupo brasiliense Corpos Informáticos.

Para que as discussões se espalhassem e atingissem outros interessados em pensar artes visuais na Cidade, Waléria Américo e Solon Ribeiro, coordenadores do projeto, optaram por promover aula aberta ao público.

Bia Medeiros e Maria Eugênia estão acompanhando os 15 artistas do Laboratório neste primeiro módulo. As duas ministrarão aula sobre a relação das linguagens artísticas com a cidade. “Nosso trabalho é pensar modos de tirar a arte dos espaços institucionalizados e levar para as ruas”, conta Bia Medeiros, coordenadora do grupo de Pesquisa Corpos Informáticos. O coletivo brasiliense trabalha com arte e performance tendo a rua como palco.

Graduada em Educação artística pela PUC-Rio e com mestrado e doutorado realizados em Paris, Bia Medeiros diz perceber o medo como uma das peculiaridades de Fortaleza. “É ainda mais importante essa arte levada para a rua neste momento que Fortaleza vive, onde parece haver um medo generalizado da população de andar na rua”. Para ela, a arte como composição urbana pode ajudar a repensar esse temor de habitar os espaços públicos. 

“Arte Fuleiragem”
Bia Medeiros ressalta que tem encontrado muitos bons jovens artistas na capital cearense. “Os participantes do curso são pessoas interessadas, curiosas e de bom humor, o que é importantíssimo”. A artista diz que as pessoas poderão conferir esse bom humor na aula de hoje. “A alegria retrata um pouco o grupo Corpos Informáticos, que é divertido, irônico e ao mesmo tempo filosófico. Pensamos filósofos estrangeiros trazendo-os para a realidade brasileira, o que se transforma em uma arte fuleiragem”, brinca.

O grupo Corpos Informáticos trabalha com ações que alteram a realidade das ruas, como a performance Kombi, em que uma carcaça antiga de carro é levada para a rua. O grupo visa também promover reflexão sobre a relação do corpo com a nudez e do homem com o lixo.

Ateliê coletivo
A segunda turma do Laboratório de Arte Contemporânea do Centro Cultural Banco do Nordeste (BNB) dá continuidade ao trabalho iniciado pela turma formada em 2011. 

Os 15 nomes selecionados desta edição participarão de série de ações que visam fomentar a produção artística por meio da reflexão e do aprofundamento de temas das linguagens artísticas contemporâneas. “Iniciativas como essa abrem espaço para que os artistas sigam produzindo e para que eles possam mostrar seus trabalhos”, explica Waléria Américo, coordenadora do projeto.

Como em um “grande ateliê coletivo”, esses jovens artistas poderão experimentar novas vivências artísticas. “Prefiro chamar esse laboratório de experimentação, pois esses participantes estão podendo experimentar a formação teórica e prática com a ajuda de artistas que são, ao mesmo tempo, professores”, explica Waléria. O curso, que começou na última segunda-feira tem como temas principais a arte relacionada à cor, ao espaço e ao corpo.

Waléria, que acompanha a cena fortalezense há 15 anos, diz acreditar que a arte visual no Estado está em constante processo de reinvenção. “Há dois anos, mais ou menos, o processo estava um pouco mais morno, estava faltando outras frentes e espaços com aglomerados de artistas”.

Para ela, os artistas precisam de lugares para exposições e diálogos para que a produção continue em alta. “O incentivo para a cena artística existir afeta diretamente a produção. Movimentos como esse ajudam a produção artística a se atualizar”. Waléria diz acreditar que os artistas produzem mais ao entrar em contato com profissionais que também estão pensando arte.

SERVIÇO

Aula Aberta do Laboratório de Arte Contemporânea com Beatriz Medeiros e Maria Eugênia
Quando: Hoje, às 18 horas.
Onde: Auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste (Rua Conde D’eu 560 – Centro).
Outras informações: bnb.gov.br/cultur

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