domingo, 27 de outubro de 2013

8 histórias sobre a origem de estereótipos da cultura pop

8 histórias sobre a origem de estereótipos da cultura pop

Muitos autores hoje contam com sucesso de personagens e ideias que já apareceram 99 vezes antes, mas que fizeram sucesso em todas as aparições. Quem diz que não irão agradar na 100ª vez?
Mas esses estereótipos tão conhecidos da cultura pop tiveram que começar em algum lugar, certo? E muitas das histórias por trás dos nascimentos de diversos clichês são curiosas. Confira:

8. Coelhos e cenouras

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É quase impossível pensar em coelhos e não associar com cenouras. Aliás, essa imagem está em propagandas, desenhos animados, fantasias. Apesar de coelhos não comerem cenouras, o clichê continua. Isso veio do famoso personagem Pernalonga. Comer cenoura funcionava para aquele coelho em particular porque isso foi inventado. A equipe que introduziu cenoura ao personagem só foi formada em 1940, quando Pernalonga foi exibido pela primeira vez mastigando o vegetal. A razão para isso foi porque a Looney Tunes na época também se dedicava à paródia e à sátira. Ao mastigar uma cenoura enquanto conversava calmamente, Pernalonga estava imitando uma famosa cena do filme de 1934 “Aconteceu Naquele Noite”, em que o ator Clark Gable fez exatamente a mesma coisa. O público da época entendeu a piada, mas depois, todos se esqueceram de Gable (pecado!) e interpretaram a situação de forma literal, tornando coelhos e cenouras inseparáveis nas mentes de muitos.

7. Loira burra

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Embora muitos possam pensar que os personagens ficcionais fracos de intelecto de Marilyn Monroe foram o impulso para cada piada de loira burra, a verdadeira culpada viveu quase 200 anos antes. Mademoiselle Rosalie Duthe, uma debutante francesa loira, era bem conhecida entre os parisienses por ser bonita, rica e bem lenta, se é que vocês me entendem. Ela levava uma eternidade para responder a uma pergunta simples, não devido à timidez, mas porque realmente levava todo esse tempo para pensar em uma resposta. Em 1775, um dramaturgo chamado Landrin produziu uma peça de um ato que caracterizava uma mulher loira mentalmente lenta que foi descaradamente inspirada em Duthe. A peça foi um enorme sucesso, para desgosto da garota. Ela até tentou oferecer beijos a qualquer poeta que escrevesse algo de bom sobre ela, mas ninguém aceitou, e a peça deu origem a 230 anos (e contando) de personagens com cabelos claros e um QI sub-humano.

6. Policiais e rosquinhas

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As origens do policial gordo, arma em uma das mãos e donuts na outra, remontam à década de 1950, quando as primeiras viaturas policiais nasceram. Oficiais, antes acostumados a caminhar por todas as horas da noite, agora dirigiam pela cidade por todas as horas da noite. Obviamente, isso podia se tornar cansativo. As lojas de donuts tendiam a ser os únicos lugares abertos à noite naquela época, pois tinham que se preparar para a corrida maluca de clientes no início da manhã. Os policiais paravam nessas lojas no meio da noite para tomar uma xícara de café e comer um doce, a fim de mantê-los despertos. A visão de lojas de donuts às 4:00 da madrugada sendo frequentadas quase que inteiramente por policiais era muito divertida para não ser explorada por Hollywood, e a tradição de criar oficiais heroicos doidos por donuts começou oficialmente.

5. Fantasmas dizem “Bu!”

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O que parece ser uma coisa aleatória para um fantasma dizer, na verdade surgiu há mais de 275 anos. Em 1738, foi publicado um livro chamado “Scotch Presbyterian Eloquence Display’d”, que contava com o seguinte verso: “disse o Bairn, eu não acredito em Deus, pois Deus é um Bu, mas eu vou acreditar em Cristo, pois ele é doce, papai, e ele é bom” (em tradução literal deliberada). O trecho continua até dar a entender que Deus, sem Cristo, era um “Bu”. Também diz que bu (original: “Boo”) é uma palavra usada no norte da Escócia para assustar crianças chorando. Não existe explicação de por que os escoceses decidiram que “bu” era uma palavra assustadora, ou por que escolheram dizê-la a crianças chorando. Independentemente disso, “bu” rapidamente se tornou a palavra para surpreender alguém de uma forma assustadora, por isso, quando as primeiras histórias de fantasmas começaram, cerca de um século mais tarde, fazia sentido que os fantasmas gritassem “Bu!”. E fazemos isso até hoje.

4. Ratos amam queijo

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Coelhos gostam de cenoura, mas ratos amam queijo, pelo menos de acordo com todos os ratos ficcionais que conhecemos. Os animais reais, no entanto, nem gostam de queijo, o que explica por que pessoas são incentivadas a usar outros alimentos em armadilhas. Mas de onde surgiu esse mito, então? O fato é que frigoríficos não existiam em 1500. Naquela época, o armazenamento de alimentos como um todo era extremamente diferente. Carne ficava pendurada em ganchos, e muito poucas coisas eram mantidas na despensa. Queijo, no entanto, era um item de despensa, o que significa que, quando um rato entrava em uma casa em busca de algo para mastigar, geralmente encontrava queijo e não muito mais que isso. Mesmo que não seja seu alimento preferido, ratos vão comê-lo se não conseguirem encontrar nada mais. Sendo assim, muitas pessoas capturaram ratos naquela época com queijo, espalhando uma crença popular de que eles amam o produto – quando isso não é verdade.

3. Touros e capas vermelhas

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Há uma boa chance de que você saiba que touros não veem cores, e o movimento constante da capa é o que o irrita. Essa capa pode ser literalmente de qualquer cor no mundo, então por que vermelho? Na verdade, vermelho não é a sua cor exclusiva. Durante a maior parte da luta, o matador irrita o touro com uma capa chamada de capote, que ostenta cores como magenta, azul e dourada. Somente no final da luta, quando o touro está pronto para morrer, que vem a capa vermelha (chamada de muleta). A mudança de cor é por uma única razão: o touro está prestes a ser assassinado, e a capa vermelha ajuda a cobrir o sangue. Só porque o público pagou um bom dinheiro para ver um animal ser brutalmente morto não significa que eles querem ficar enjoados enquanto isso acontece. Como a morte do touro é o evento principal, a capa vermelha chama muito mais atenção do que as outras. Portanto, toureiros fictícios lutam com capas vermelhas 100% do tempo. Porque os touros odeiam coisa vermelha, certo? Não, está mais para humanos odeiam coisa vermelha, mas querem vê-la mesmo assim.

2. Uniforme de preso é listrado de branco e preto

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Uniformes de prisão podem ser de qualquer cor. Em São Paulo, já foram de cores como bege e amarelo. Nos EUA, são comuns em laranja. No entanto, quando se pensa em preso, logo se imagina um uniforme preto e branco listrado. Ele ainda é visto em desenhos animados, fantasias, brinquedos, jogos. De onde vem isso? As listras já foram reais. John Cray, diretor da Prisão Auburn em Cayuga County, Nova York (EUA), criou tais uniformes na década de 1820 como uma forma de garantir que a fuga fosse quase impossível. Qualquer preso que tentasse escapar estaria vestido tão distintamente que os civis poderiam facilmente identificá-lo e ajudar na sua recaptura. Os uniformes saíram de uso em 1904, porque o estado considerou-os um “emblema da vergonha”. No entanto, eles nunca realmente saíram de “moda”, porque a roupa fascinante continuou a ser retratada com frequência na ficção.

1. Cantora de ópera obesa

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Apesar de muitas estrelas da ópera não serem gordas, a maioria é descrita ou retratada assim. Por que a cultura pop iguala ópera com obesidade? Parece que podemos rastrear essa tendência a uma personagem da ópera “Der Ring des Nibelungen”, de Richard Wagner, chamada Brunhilde, que fechava o show cantando por 20 minutos direto. Apesar de Brunhilde parecer bastante esbelta em retratos, a maioria das atrizes que a representaram eram um pouco maiores (mas não obesas). O sucesso desta ópera fez com que Brunhilde fosse o rosto desse estilo musical. Tal coisa combinada com a tendência da humanidade de exagerar e caricaturar deu origem à imagem popular da mulher obesa e arrogante cantando sem parar. Em inglês, existe até a expressão “Não acaba até que a senhora gorda cante”, originalmente sobre Brunhilde, a “senhora gorda” cujo canto sinalizava o fim de um longo show. [Listverse]

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