quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Poesias em guardanapo viram livro

Poesias em guardanapo viram livroAutor da página "Eu me chamo Antônio", febre na internet com cerca de 385 mil seguidores, lança obra com poesias e desenhos inéditos feitos no papel

Pedro da Hora - Diario de Pernambuco
Publicação: 21/11/2013 10:25 Atualização:

 (Foto: Naiara Fouraux/Divulgação)

O sucesso na internet, com cerca de 385 mil curtidas na página do Facebook levou os desenhos e as palavras de Eu me chamo Antônio às estantes das livrarias. Algumas das obras rabiscadas em folhas de guardanapo foram reunidas e dão corpo ao livro homônimo lançado nacionalmente nesta quinta-feira (21). As 192 páginas da publicação trazem cerca de 100 peças, 90% delas inéditas.

Eu me chamo Antônio surgiu em outubro do ano passado, quando  o artista visual Pedro Antônio Gabriel Anhorn, 29 anos, resolveu publicar na internet fotos de poemas “desenhados” por ele em guardanapos. “Eu estava voltando para casa depois de um dia cansativo de trabalho. Resolvi tomar um chope em um restaurante no Rio de Janeiro, e, enquanto esperava o meu pedido, comecei a rabiscar no guardanapo com uma caneta hidrográfica. Depois de umas semanas, acabei juntando bastante material”, conta o autor.

Da web para o livro foi um salto impulsionado pelo rápido crescimento da página em um curto espaço de tempo. A visibilidade virtual chamou a atenção da editora Intrínseca. “Lívia de Almeida, que foi minha editora no meu antigo emprego e atualmente trabalha na Intrínseca, apresentou meu trabalho para o dono da editora, ele se interessou e decidiu apostar na ideia”, diz.

A publicação é o primeiro título nacional de arte da editora e traz duas formas distintas para ser acompanhada. Na primeira, a leitura pode ser feita aleatoriamente e cada guardanapo representa uma história própria. A segunda narra um romance que tem como enredo as aventuras amorosas e boêmias de Antônio.

A maioria dos versos feitos por Pedro Gabriel tem como pano de fundo os relacionamentos amorosos. Os desenhos e as letras foram a maneira de exteriorizar os sentimentos. “É a minha arte. Se tivesse que resumir em uma frase o que é Eu me chamo Antônio, diria que é a beleza do espontâneo eternizada numa plataforma descartável (o guardanapo)”.

Entrevista >> Antônio
“Antônio era o nome esquecido na identidade”

Por que o título Eu me chamo Antônio e assinar o livro como Pedro Gabriel?
Antônio era o nome esquecido da minha identidade. Eu nunca o usava para me identificar. Da mesma forma que a minha arte dá valor ao descartável, acho que Antônio foi uma forma que encontrei para valorizar o esquecido. Passou a ser o personagem de um romance que está sendo escrito, vivido. É para ele que canalizo as minhas dores, os meus amores, as minhas aflições, os meus sorrisos. Assino Pedro Gabriel porque é o nome que todos os meus amigos e familiares conhecem. É o nome pelo qual gosto de ser chamado.

O que o público que acompanha o projeto pela internet pode esperar do livro?
Um novo encantamento! Acredito que, quanto mais formas você cria de chegar até as pessoas, mais formas você tem de encantá-las. Alguns são mais sensíveis ao livro impresso, outros preferem um quadro, outros se emocionam com uma frase numa tela de um computador. O livro, além de criar uma relação mais próxima com os leitores que já acompanham a minha arte pela internet, vai também alcançar pessoas que não têm acesso ou costume de usar as mídias sociais. O leitor pode ter certeza de que terá em mãos um verdadeiro livro de arte, com 90% de material inédito em uma edição caprichada.

Conheço muitas pessoas aqui do Recife que curtem a página Eu me chamo Antônio no Facebook. Você conhece a cidade?
Não conheço a cidade pessoalmente, mas recebo todos os dias muitas mensagens calorosas do Recife. Aliás, sou fã do Pó de Lua (www.podelua.com.br) trabalho autoral da queridíssima Clarice Freire, daí do Recife. Ainda não tenho data para visitar a cidade, mas sem dúvida é uma vontade minha.

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