sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Brasil! É discriminação! É preconceito! Tá tudo proibido!

Brasil! É discriminação! É preconceito! Tá tudo proibido!

21 de fevereiro de 2013 por Eliana Lima

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A briga pela igualdade se confunde com a realidade.
O Brasil corre o risco de se transformar no país do proibitivo, em nome da discriminação. Do preconceito.
Desencontro de valores. De cultura. De hábitos.
Daqui a pouco vão querer proibir as cantigas de roda. Até as histórias de Monteiro Lobato caíram na maldição da proibição.
E antes nem havia desmedida violência causada por.
Certamente, se vivo estivesse Tim Maia não poderia mais cantar uma das suas canções mais famosas: ‘Vale tudo’.
Bom, essa reflexão é para informar a mais nova, e curiosa, investida em nome da ‘discriminação’. Do ‘preconceito’.  Acho que a maioria sequer sabe, ainda, a diferença do sentido das palavras. Muito menos o sentido. Semelhante.
Pois vejam vocês que o Conar – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária abriu processo ético contra a P&G, proprietária da Gillette, por…preconceito. Suposto, que seja, justificando que recebeu cerca de 30 ligações de possíveis atingidos.
Qual seria? A campanha “Agora, #Quero ver raspar”, que repercutiu durante o Carnaval com o cantor sul-coreano PSY, a apresentadora Sabrina Sato e as gêmeas do nado sincronizado Bia Branca Feres.
Motivo? “Discrimina homens com pelos no corpo”. O que dirá Tony Ramos, hein?!
Mas, o que tem o anúncio de tão grave?
Simples: numa praia, as três belas usam a expressão “quero ver raspar”, em desafio ao refrão deGangnam Style para homens rasparem o peitoral.
Bom, o certo é que o vídeo publicitário já sumiu do canal da Gillette no YouTube e no Facebook.
Até agora não houve reclamação de nenhum barbudo pela barba que Lula e Bell Marques rasparam em comercial milionário, nem loira chiando que Xuxa escureceu as madeixas, etc e mais. Tais.
Entendeu?
Hum-rum…
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Projeto põe na internet filmes sobre a 1ª Guerra

Projeto põe na internet filmes sobre a 1ª Guerra

Publicação: 27 de Dezembro de 2013 às 00:00

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Márcio Damasceno
Dwelle

Para marcar o centenário do início da Primeira Guerra Mundial, o projeto europeu “European Film Gateway 1914”, coordenado pelo Instituto Alemão de Cinema (DIF, sigla em alemão) digitalizou desde fevereiro de 2012 mais de 650 horas de filmes históricos sobre a Primeira Guerra Mundial e disponibilizou o material gratuitamente na internet.
DivulgaçãoIniciativa tem participação de 26 parceiros e digitalizou mais de 650 horas de materialIniciativa tem participação de 26 parceiros e digitalizou mais de 650 horas de material

“É um projeto memorialístico europeu sem precedentes e de imensa importância para pesquisas científicas e jornalísticas”, afirmou Claudia Dillmann, diretora do DIF, em entrevista à agência de notícias alemã EPD.

A iniciativa conta, segundo Dillmann, com a cooperação de 26 parceiros de 15 países e já digitalizou quase 1.500 cinejornais, documentários, animações e filmes de longa-metragem, além de 5.600 documentos relacionados a produções cinematográficas sobre a Primeira Guerra.

Versão em português

Até fevereiro de 2014, deverão ser acrescentados outros mil títulos. De acordo com estimativas, foram preservados apenas cerca de 20% dos filmes produzidos na Europa entre 1914 e 1918.

O empreendimento conta com o apoio do governo federal alemão, assim como do governo do estado alemão de Hessen. O “European Film Gateway 1914” é cofinanciado pela União Europeia, que contribui com 2,1 milhões de euros.

Os filmes podem ser vistos no site www.europeanfilmgateway.eu. O portal, especializado na divulgação digital de documentos ligados à história do cinema, também tem uma versão em português.

Natal pintando na Copa 2014

Natal pintando na Copa 2014

Publicação: 27 de Dezembro de 2013 às 00:00

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A exposição “Natal Pintando a Copa 2014” está em cartaz na Pinacoteca do Estado até o dia 12 de janeiro. Vários artistas da cidade expressaram sua visão da Copa em telas. Há trabalhos de Carlos Borges, Clarissa Torres, Cristina Jácome, Dione Caldas, Paixão, Dorian Gray, Fernando Gurgel, Flavio Freitas, Guaraci Gabriel, Isaías Ribeiro, Ivanize Lima, Marcellus Bob, Marcelo Amarelo, Miguel Carcará, Nôra, Pedro Ivo, Ricardo Veriano, Rosa MC, Vatenor, Vicente Vitoriano, Iaperi Araújo, Demétrius Coelho, Sayonara Pinheiro.

DivulgaçãoObra de Marcelus Bob integra a coletiva em cartaz na PinacotecaObra de Marcelus Bob integra a coletiva em cartaz na Pinacoteca

Vai para a estante

Vai para a estante

Publicação: 28 de Dezembro de 2013 às 00:00

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Yuno Silva
Repórter

Colaborou: Cinthia Lopes,
editora

Leitores, escritores, poetas, livrarias, bibliotecas, editores, festivais e livros, muitos, sempre! O ano de 2013 contabiliza saldo positivo para a literatura potiguar, e, como diz a máxima do radialista carioca Apolinho, 77, “entre mortos e feridos, salvaram-se todos!” A temporada acumulou bons lançamentos como uma série sobre Newton Navarro, a retomada do Encontro Natalense de Escritores que incorporou o autores de língua portuguesa e se transformou no Festival Literário de Natal (Flin), o fortalecimento de selos literários como os mossoroenses Sarau das Letras e Queima Bucha e o ‘voo’ internacional de editoras do RN na Feira do Livro de Frankfurt, Alemanha. O encontro inédito de Marina Lima com o irmão Antônio Cícero, durante o Flin, também merece destaque.
DivulgaçãoEnsaios biográficos, incluindo o de Homero Homem, foram destaquesEnsaios biográficos, incluindo o de Homero Homem, foram destaques

A quinta edição do Festival Literário da Pipa (Flipipa) acabou não acontecendo, mas o alternativo FlipAut! marcou presença no litoral Sul do Estado. O fôlego da gráfica e editora Manimbu (FJA) diminuiu e a Potylivros fechou as portas na Cidade Alta, em contrapartida os quadrinhos atravessam um bom momento. O lançamento das biografias de Homero Homem, Navarro, Jesiel Figueiredo e Carlos Alexandre; a edição bilíngue de “Rosa de Pedra” de Zila Mamede por Alexandre Alves; o início das obras de reforma da Biblioteca Pública Câmara Cascudo; os lançamentos dos Jovens Escribas e do Sebo Vermelho; a consolidação da Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FLiQ), também contribuíram com a alta produtividade do período.  A lista é extensa, registra mais altos que baixos, e como forma de traçar um panorama desse movimento no mercado literário Norte-riograndense, a reportagem do VIVER conversou com algumas figuras do cenário local que transitam entre os papéis de autores e leitores.

“Não sei se o público é apenas ouvinte ou também leitor, é um caso a se estudar, mas os espaços para o debate literário estão cada vez mais sedimentados”, acredita Dácio Galvão, presidente da Fundação Capitania das Artes. Para o gestor, os festivais passaram a fazer parte da vida cultural do brasileiro, inclusive do natalense. “São eventos que extrapolam a indústria e trazem o paradoxo que há entre as estatísticas sobre o índice de leitura e o interesse por literatura. Por isso a importância do autor partir para o debate, para o corpo a corpo”.

Festivais, livros e projetos em prol da leitura

Flipipa em abril

Dácio explicou que o Flipipa não aconteceu este ano por dificuldades em articular parceiros, e por mudanças na gestão da Fundação Hélio Galvão – instituição responsável pela realização do evento. “Há a possibilidade do Flipipa ser realizado em abril, mas para isso temos que ter gente do trade turístico em Pipa interessada, empenhada. Ainda temos poucos empresários sensíveis ao projeto”, lamentou. “Não dá pra ficar apenas no sonho e no gostar, chega uma hora que cansa sair de porta em porta pedindo apoio”. Com relação as leituras, Dácio Galvão destaca a biografia “Marighella: o guerrilheiro que incendiou o mundo”, de Mário Magalhães. “Esse livro tem um peso significativo para a história, ilumina um personagem que estava um tanto esquecido e que teve papel fundamental na história recente do país. Marighella personifica a resistência armada frente à ditadura Militar”. De lançamento locais, ele destaca o quarto volume de “Cartas dos Sertões do Seridó”, de Paulo Balá, e “A cidade do Natal e as histórias do nunca”, de Gileno Guanabara.

Livro que nasce clássico

O sebista e editor Abimael Silva, do Sebo Vermelho, tem, praticamente, uma ‘máquina’ de lançar livros. Em 2013, mais de uma dezena chegaram ao mercado, entre eles “As Sátiras em Quadrinhos de Zé Areia”, de Carlos Alberto de Oliveira. “Lançamos também algumas pérolas como a primeira biografia de Luiz Gonzaga, escrita por Zé Praxédi em 1952 e que ainda não tinha sido reeditada; e um livro sobre o cangaço de Lampião (1926) do paraibano Érico de Almeida”.

Para Abimael, o livro de Moacy Cirne, o recém-lançado “Seridó Seridós”, antologia de textos e memórias “que já está entre os clássicos”. Ele ainda lembra do livro em comemoração dos 70 anos de Falves Silva, e “Na Tal cidade do humor”, de Cellina Muniz. “Muita gente pode ficar enciumada por não ter sido citada, mas foram muitos lançamentos este ano”, justifica. O sebista elogiou a retomada do ENE/EELP, que agora atende pela sigla Flin, e cita o novo título de Nei Leandro de Castro, “Pássaro sem sono” (Jovens Escribas) como um livro “que vale a pena ler”.

A escritora, dramaturga e atriz Clotilde Tavares joga no time dos leitores inveterados. “Este ano li muito – como sempre, aliás. Então, é difícil indicar um livro. Mas destaco ‘De gado e homens’, de Ana Paula Maia, uma história estranha, crua, cheia de vida e de morte”. Clotilde percebe uma retomada nas políticas públicas voltadas para a Cultura, “depois do desastre dos anos anteriores”, e sugere à gestão municipal que, ao lado dos ENEs e outros eventos, “fomente a produção literária com editais, prêmios e concursos. Precisamos de um trabalho sério de formação de leitores. De que serve as editoras locais estarem na Feira de Frankfurt se não conseguem chegar às escolas?”, questiona.

Navarros

“Os (quatro) livros sobre Newton Navarro, uma figura exuberante, são, para mim, os grandes destaques deste ano”, sentencia o poeta Lívio Oliveira. “Acredito que ainda dá pra fazer mais em homenagem à Navarro”. Sobre os Encontros e Festivais literários, ele considera uma alternativa viável para estimular a formação de novos leitores e escritores, mas acha que a programação do Flin, especificamente, precisa ser “mais enxuta” para melhor aproveitamento do público; também defende maior aproximação de músicos e escritores/poetas.

O poeta elétrico Carito Cavalcanti anda circulandopelo universo audiovisual, produzindo curtas e documentários, por isso destaca como leitura o livro “50 Anos Luz, Câmera e Ação”, do diretor de fotografia Edgar Moura. “Houve muitos lançamentos esse ano: a mais nova Jovem Escriba Regina Azevedo com seu livro de poesias ‘Das vezes que morri em você’, a biografia de Sheyla Azevedo ‘Navarro: um anjo feito sereno’, Moacy Cirne com seu ‘Seridó Seridós’, entre outros, estão na minha lista. O lançamento de ‘Crônicas de Nova York’ de Ana Célia também foi muito belo”, diz.

O jornalista Sandro Fortunato, que lançou um livro sobre o cinema do italiano Federico Fellini, também atravessa uma fase cinema. “Mas saindo disso, indicaria ‘O espetáculo mais triste da terra’, de Mauro Ventura, sobre o incêndio do Gran Circo Norte-Americano, em Niterói (RJ) em 1961. Daqui indico ‘Impressões Digitais – Escritores Potiguares Contemporâneos Volume I’, de Thiago Gonzaga, que tem o mérito de jogar alguma luz sobre a produção local através de uma série de entrevistas”.  Quanto ao movimento literário no RN, Fortunado enxerga momento de “grande ‘desova’: finalmente chegamos ao século 21 e percebemos as facilidades e benefícios da autopublicação”.

O jornalista paraibano André Cananéa, editor de Cultura do Jornal da Paraíba, também aponta a autopublicação como ponto forte de 2013. “As publicação no formato e-book também melhoraram, está mais diversificada. O ano foi sintomático para os livros virtuais”, garante Cananéa, que indica o livro “Barba Ensopada de Sangue” do gaúcho Daniel Galera.

Zila em inglês

“Li dois livros esse ano que recomendaria: ‘Corpúsculo num Plano’, de Daniel Liberalino, e ‘Cypherspunks’, que traz um estrato de conversas com Julian Assange sobre a luta pelo controle da internet”, disse o filósofo e escritor Pablo Capistrano. No quesito eventos, Capistrano destaca o projeto Ação Leitura, organizada pelos Jovens Escribas em parceria com o Sesc-RN. “Esse tipo de ação bem importante porque foca no leitor e não apenas no mercado ou nos escritores”. Ele também ressalta a tradução da obra “Rosa de Pedra”, de Zila Mamede, para o inglês feita por Alexandre Alves, “iniciativa fundamental para ampliar os horizontes da aldeia”.

Ana César 

Potiguar radicado em São Paulo, o escritor e editor da Publifolha Thiago Barbalho diz preferir ler atualmente os autores contemporâneos. “É uma leitura que tem muita leveza porque não carrega o peso dos livros consagrados pelo tempo, daqueles que todo mundo diz que a gente tem que ler. Participei do júri inicial do prêmio Portugal Telecom, então li algumas coisas novas”.

Na poética destaca Ana Cristina Cesar: “Estou acabando de ler o volume completo da sua obra poética, lançado mês passado pela Cia. das letras. Ana C. tem uma habilidade forte de nos envolver numa estranha intimidade graças aos seus escritos em forma de diários e anotações pessoais.” Thiago também enumera como o melhor da safra 2013 os livros O filho de mil homens – Valter Hugo Mãe; e A vida submarina – Ana Martins Marques.

As reflexões do mercado literário

As reflexões do mercado literário

Publicação: 28 de Dezembro de 2013 às 00:00

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Maria Fernanda Rodrigues

Não foi fácil chegar à Feira do Livro de Frankfurt, o principal evento do mercado editorial brasileiro em 2013. Três ministros passaram pela pasta da Cultura entre o Brasil aceitar, em 2010, o convite para ser o convidado de honra da feira - que custou R$ 18 milhões ao País - e sua realização em outubro: Juca Ferreira, Ana de Hollanda e Marta Suplicy. Mudanças também, este ano, no comando da Fundação Biblioteca Nacional, responsável pelos preparativos - saiu Galeno Amorim e entrou Renato Lessa. A lista dos 70 escritores da comitiva oficial gerou polêmica e foi acusada de racista. Ela incluiu apenas um escritor negro e um indígena e deixou de fora autores considerados menos literários, mas best-sellers, o que teria motivado a desistência de Paulo Coelho, um dos 70, de participar da festa. Sua ausência e a publicidade que ele fez dela também geraram burburinho.
DivulgaçãoPaulo Lemiski: A edição de Toda Poesia serviu para colocar a poesia entre os mais vendidosPaulo Lemiski: A edição de Toda Poesia serviu para colocar a poesia entre os mais vendidos

Mas isso tudo foi antes. Em outubro, profissionais do mercado editorial e escritores foram em peso a Frankfurt. E a festa foi bonita. E engajada - a começar pelo discurso de abertura do escritor Luiz Ruffato, que deu o tom de todos os debates que ocorreram dentro e fora da feira. Ao contar sobre sua história e sobre sua relação com a literatura, ele acabou chamando a atenção para as mazelas brasileiras. Uns disseram que ali não era o Fórum Social Mundial. Muitos outros aplaudiram e apoiaram o escritor. Este foi o melhor momento da feira.

Enquanto o Brasil se apresentava na Alemanha, se assustava com o infarte que o cartunista Ziraldo sofreu lá e via sua literatura sendo exportada - por causa da homenagem, foram, pelas contas dos organizadores da feira, mais de 200 traduções de obras brasileiras -, uma questão cara ao mercado editorial vinha à tona: a das biografias. Foi durante a feira que o grupo Procure Saber apareceu.

Editoras e associações ligadas ao livro já acompanhavam, há tempos, a discussão e se mobilizavam para derrubar a obrigatoriedade de autorização prévia dos retratados e envolvidos nos livros. O firme posicionamento do mercado diante dessa questão e a ameaça de autores, que disseram não escrever mais, e editores que ameaçaram deixar de publicar o gênero caso nada mude, foram outra marca do ano. E em novembro, às vésperas da audiência pública no Supremo, por uma feliz coincidência, biógrafos e leitores se reuniam em Fortaleza para a primeira edição do Festival Internacional de Biografias. O evento virou, claro, palco de articulação política.

Este foi um ano de protestos, e a Flip, realizada pouco depois do auge das manifestações que levaram o brasileiro às ruas, não foi poupada. A população de Paraty, com demandas diversas, fez passeata pela cidade até chegar à frente da tenda do evento. No palco, a questão também foi debatida - mas quando um manifestante tentou mostrar um cartaz, logo foi retirado.

E por falar em Flip, São Paulo ganhou um festival nos mesmos moldes da festa fluminense. Realizada pela Associação dos Advogados de São Paulo, a Pauliceia Literária, com forte inclinação para debater a literatura policial, trouxe importantes autores do gênero, como o americano Scott Turow, e prestou homenagem à Lygia Fagundes Telles que, numa manhã inspirada, encantou a plateia.

Ao contrário do que aconteceu em outros anos, não houve unanimidade dos júris na escolha dos melhores livros e vários autores foram reconhecidos. Entre os melhores romances de 2012 premiados em 2013, destaque para Barba Ensopada de Sangue, de Daniel Galera (Prêmio São Paulo), O Sonâmbulo Amador, de José Luiz Passos (Portugal Telecom), Deserto, de Luiz S. Krausz (Benvirá), e O Mendigo Que Sabia de Cor os Adágios de Erasmo de Rotterdam, de Evandro Affonso Ferreira (Jabuti). Dois autores estrangeiros queridos dos brasileiros também receberam importantes prêmios: a canadense Alice Munro ficou com o Nobel e o moçambicano Mia Couto, com o Camões.

O livro digital deixou de ser uma novidade e passou a fazer parte da rotina das editoras. Na USP, foi inaugurada a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, com a coleção de obras raras do casal.

Foi, também, um ano agitado na Academia Brasileira de Letras, com três eleições para imortais. Rosiska Darcy de Oliveira ficou com a cadeira de Lêdo Ivo; Fernando Henrique Cardoso com a de João de Scantimburgo e Antonio Torres com a de Luiz Paulo Horta. Ana Maria Machado deixou a presidência da entidade, e Geraldo Holanda Cavalcanti é o novo presidente.

Dos imortais aos mortais. O Brasil perdeu, este ano, uma de suas principais escritoras de livros infantis. Tatiana Belinky morreu em junho, aos 94 anos. A britânica Doris Lessing também se foi aos 94. Morreram, ainda, o crítico literário alemão Marcel Reich-Ranicki, o editor francês André Schiffrin e os escritores Alvaro Mutis, Elmore Leonard, Richard Matheson, Seamus Heaney, entre outros.

E a volta dos que não foram. O recluso escritor japonês Harumi Murakami saiu de casa para falar com estudantes em Kioto. E, diagnosticado com demência senil, o colombiano Gabriel García Márquez reapareceu na inauguração de um boliche no México e mostrou o dedo médio a fotógrafos.

Os bons livros nacionais 

O número de títulos lançados em primeira edição por editoras brasileiras em 2013 só será divulgado no ano que vem, mas se for parecido com o de 2012 ficará em torno 21 mil.

Entre os melhores lançamentos em ficção brasileira, que podem figurar nas listas dos prêmios de 2014, destaque para Amanhã Não Tem Ninguém (Rocco), de Flávio Izhaki; Deserto (Benvirá), de Luiz S. Krausz; Esquilos de Pavlov (Alfaguara), de Laura Erber; e A Cidade, O Inquisidor e os Ordinários (Companhia das Letras), de Carlos de Brito e Mello. Destaque, também, para a edição de Toda Poesia (Companhia das Letras), de Paulo Leminski, que chegou às listas de mais vendidos, e Invenção de Orfeu (Cosac Naify e Jatobá), de Jorge de Lima.

Mais vendidos

Na lista de mais vendidos do Publishnews, site especializado em mercado editorial, porém, a realidade é outra. Dos 20 livros mais vendidos no Brasil, dois brasileiros lideram a lista: o bispo Edir Macedo, com Nada a Perder Vol. 2 (Planeta, 840 mil exemplares), e padre Marcelo Rossi, com Kairós (Principium, 387 mil). Inferno (Arqueiro), de Dan Brown, é o terceiro, com 273 mil exemplares comercializados.

10 estruturas subterrâneas antigas incríveis

10 estruturas subterrâneas antigas incríveis

Os edifícios e estruturas de épocas passadas nos surpreendem há séculos. Mas, muitas vezes, o que pode ser observado acima do solo não é nada em comparação com as descobertas extraordinárias que foram feitas debaixo de nossos pés. Quer se trate de reservatórios antigos, teatros, templos ou fortalezas, estas estruturas subterrâneas monumentais são um legado contínuo da engenhosidade notável do mundo antigo. Confira:

10. Chavín de Huántar

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O centro de peregrinação pré-colombiana Chavín de Huántar cobre uma área de cerca de 12.000 metros quadrados. Composto de terraços artificiais, praças, edifícios de pedra e uma praça rebaixada, a sua aparência impressionante mostra a importância cerimonial e cultural do local na antiga esfera religiosa andina. Sua essência, no entanto, está nos seus três túneis subterrâneos, com ventilação, câmaras e galerias revestidas de pedra. Com obeliscos gravados e esculturas, alvenaria impressionante e rede de esgotos e ventilação incomparável a qualquer outro sítio arqueológico subterrâneo da América do Sul, Chavín de Huántar é único.

9. Qanat Firaun

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Qanat Firaun ou Aqueduto Gadara é um antigo aqueduto que fornecia água para as cidades romano-helenísticas de Adraa, Abila e Gadara. Redescoberto em 2004, o gasoduto de 170 km não é apenas o mais longo aqueduto subterrâneo da antiguidade, mas também o mais complexo. A estrutura foi construída com eixos verticais a cada 20 a 200 metros de lados opostos, ligados por uma multidão de túneis. Demorou centenas de mineiros e mais de 120 anos para completá-la. Mais de 600.000 metros cúbicos de calcário foram escavados, o que é comparável a mais de um quarto do volume total da Grande Pirâmide.

8. Mithraeum

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Mithraeums foram centros de adoração subterrâneos do culto romano mitraico, um movimento religioso que girava em torno do deus persa Mitra. Durante escavações nas Termas de Caracalla em 1912, arqueólogos descobriram o maior Mithraeum encontrado até à data, que mede 230 metros quadrados. Infelizmente, a maioria das obras de arte no interior do grande salão foi perdida, mas algumas peças e inscrições sobreviveram. Uma de suas mais importantes características remanescentes é a “fossa sanguinis”, um buraco profundo no qual os iniciados tinham que entrar para serem batizados com o sangue de um touro sacrificado.

7. The Knights’ Halls

The Knight's Halls
The Knights’ Halls foram salas construídas pelos Cavaleiros Hospitalários, uma ordem monástica que se dedicou a cuidar dos feridos e doentes durante a Primeira Cruzada. Inteligentemente concebido por baixo do castelo e prisão de Acre, em Israel (porto da cidade e entrada para a Terra Santa), o complexo de salas faz parte da cidadela dos Hospitalários. A estrutura inclui um calabouço, uma antiga igreja gótica, várias salas interligadas, e uma sala de jantar. Embora o local tenha sido em grande parte destruído pelos exércitos invasores muçulmanos após a derrota dos cruzados em 1187, foi reconstruído durante a Segunda Cruzada. Composta por três pisos, até hoje somente 5.000 metros quadrados da maravilha arqueológica foram escavados.

6. Basilica Di San Clemente

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Do lado de fora, a pequena basílica dedicada ao Papa São Clemente em 99 dC pode parecer insignificante, mas logo percebe-se que ela é uma representação nua e crua da história religiosa de Roma. Imediatamente abaixo da basílica do século 12, encontramos uma igreja inferior, ou a basílica menor. Esta é uma igreja do século IV, em parte construída em cima do que os historiadores acreditam que foi a casa de um nobre romano. Além de ser o local do conclave papal em 1099, também contém uma das maiores coleções de afrescos medievais em Roma hoje. Sob a basílica menor estão os restos de um edifício destruído pelo grande incêndio de 64 dC, bem como um Mithraeum contendo vários monumentos utilizados pelo culto de Mitra.

5. Templo Prasanna Virupaksha

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Em meio às ruínas fascinantes de Hampi, um Patrimônio da Humanidade, o Templo Prasanna Virupaksha, também conhecido como templo subterrâneo de Shiva, se encontra enterrado há mais de 400 anos. Foi redescoberto na década de 1980 na Índia, e pesquisadores acreditam que era usado pela família real durante cerimônias privadas. O templo é similar em design aos templos localizados em Hermakuta Hill, e apresenta uma variedade de esculturas e murais. O santuário interno inclui uma sala com pilares e colunas impressionantes lindamente esculpidas. Os pisos da sala, bem como do santuário, permanecem debaixo d’água, apesar de escavações e tentativas em curso de preservar o local.

4. Hipogeu de Hal Saflieni

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O Hipogeu de Hal Saflieni, em Malta, remonta a cerca de 2500 aC, tornando-se a única estrutura subterrânea pré-histórica conhecida no mundo. Embora muitos acreditem que começou como um santuário, também serviu como uma necrópole, e milhares de restos humanos foram localizados dentro de suas câmaras misteriosas. Uma de suas características mais significativas é a Sala do Oráculo, um buraco esculpido na parede que produz um eco que reverbera em todo o Hipogeu sempre que alguém fala nele. Várias câmaras menores ao longo seus três níveis pegam esses ecos e tornam as reverberações em algo que soa muito como um batimento cardíaco, levando muitos a especular que o buraco desempenhava um papel importante nas cerimônias antigas. Outras características incluem a sua formação única em relação ao sol equinocial, enormes formações rochosas esculpidas não muito diferentes das encontradas em Stonehenge e Baalbek, e um teto pintado em ocre.

3. Mausoléu Qin Shi Huang

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O Mausoléu Qin Shi Huang tem 2.200 anos de idade e é o local de sepultamento do primeiro imperador Qin da China. Mais famoso por seu exército de terracota, que fica em uma parte escavada do complexo, muitos estrangeiros não compreendem que o mausoléu é de fato o túmulo mais extravagante da China. Composto de quatro camadas, inclui um palácio subterrâneo, uma cidade interior, uma cidade exterior, e uma grande variedade de edifícios e túmulos subordinados. A estrutura subterrânea se estende por mais de 600 metros quadrados e levou mais de 700 mil trabalhadores e 38 anos para ser construída. Nas quatro décadas que arqueólogos têm escavado o local, eles mal começaram a arranhar sua superfície. Mesmo que ninguém ainda tenha sido autorizado a escavar o túmulo central, que abriga o palácio subterrâneo, sabemos através de registros antigos que era o palácio do imperador enquanto ele estava vivo, e que ocupa mais de dois terços da cidade.

2. Túmulo de Seti I

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O túmulo de Seti I é o mais longo e profundo dos túmulos no Vale dos Reis do Egito. A primeira tumba a ser artisticamente enfeitada e decorada, possui relevos requintados, pinturas coloridas e uma coluna esculpida representando Seti I com a deusa Hathor. Na verdade, cada câmara, passagem e telhado no túmulo foi decorado, estabelecendo um precedente para os túmulos de todos os reis posteriores. Infelizmente, como escavações durante os anos 50 e 60 causaram mudanças nos níveis de umidade do túmulo e uma série de muralhas racharam ou se colapsaram, o local está agora na maior parte fechado ao público.

1. Cisterna da Basílica

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O nome Cisterna da Basílica (Istambul, Turquia) pode implicar que não é nada mais do que um antigo reservatório de água, mas nada poderia estar mais longe da verdade. Durante os séculos III e IV, um templo espetacular cercado por jardins magníficos ficava ali. Quando foi destruído pelo fogo, o Imperador Justiniano fez 7.000 escravos reconstruírem a estrutura original no mesmo solo, todos os 9.800 metros quadrados da mesma. Também conhecido como Palácio Submerso, é uma maravilha de se ver. O teto arqueado da Cisterna é suportado por 336 colunas de mármore gravadas, cada uma com 9 metros de altura. Quando era operacional, a Cisterna fornecia água aos edifícios próximos, incluindo o Grande Palácio de Constantinopla, e continuou a fazê-lo em tempos modernos. Hoje, apenas alguns metros de água permanecem. Já foi objeto de vários filmes, novelas, e, mais recentemente, um videogame. [Listverse]